Isto das amizades tem muito que se lhe diga.
Ora nos sentimos o centro das atenções, ora achamos que nem se preocupam.
“Vivemos num mundo cada vez mais acelerado” - costumamos dizer para justificar as falhas aos nossos amigos.
Mas será que falhamos mesmo, ou são os amigos que falham connosco?
Quantas vezes achamos que conseguimos recriar um momento que já tivemos com amigos? Aquele jantar que correu tão bem, que passamos a querer repetir todos os meses, aquela noite que foi tão gira ou aquele dia de praia que se alargou pela noite dentro. Criar memórias não implica criar tradições.
Quando somos miúdos os amigos são o mais importante do mundo.
Temos os melhores amigos.
As miúdas então são todas bff, (essas sim mantêm a tradição de ir a casa de banho sempre aos pares).
Isto até aparecer aquele giraço que faz sentir borboletas na barriga. “Ah sortuda, a que ficou com ele” — dizem as outras bff. Mas a que começou a namorar passa a não estar tão disponível para as bff, o tempo que passava com elas passou agora a ser para o namorado. E as outras comentam “ah já não es minha amiga”, “já não tens tempo para nós “, “nunca mais estivemos juntas”... ao que a outra pensa : “ invejosas!”
Enfim isto é a fase de teenagers.
Passando para a idade adulta (que é nessa que nos encontramos) deparamo-nos com outra realidade, mas não muito longe daquela.
Andamos assoberbados em trabalho, filhos, maridos. Depois há a mãe, o pai, os irmãos (tudo em dobro pois do outro lado é a sogra, o sogro, os cunhados e cunhadas) , ainda temos o nosso trabalho fora e dentro de casa. Caramba mas quem é que vamos sacrificar para podermos dar atenção aos amigos?
Não falhamos nós, nem falham eles. A menos que alguém se consiga teletransportar ou clonar para chegar a todos.
Mas a verdade é que o tempo passa e não conseguimos mesmo chegar a todos.
As redes sociais têm um poder assustador. Se aparecemos com alguém então é quase uma obrigação justificar porque é que estamos com uns e não com outros. As mensagens escritas, cada um interpreta à sua maneira e se desaparecemos é porque temos algo a esconder, ou somos infelizes, ou a nossa vida é uma seca.
É uma falha de comunicação que cria macaquinhos na cabeça. A juntar às borboletas que andam à nossa volta com a melhor das intenções a dizer que nos devemos afastar desta ou daquela pessoa: “Hum, invejosas!” (Estão a ver como aquela veia teenager nos acompanha pela vida fora?!)
Faz-me lembrar a conversa desta semana do Big brother entre o acéfalo Hélder e o Conde Diogo. O acéfalo Helder dizia que não percebia porque é que na casa algumas pessoas não gostam dele já que 90% das pessoas gostam, ao que o Conde Diogo respondeu “Aceita que dói menos!”.
Eu para mim guardo esta frase, às vezes para dizer outras vezes para ouvir. Porque tenho a certeza que falho enquanto amiga, mas não falho enquanto ser humano.
Quanto às borboletas nem respondo. Sabiam que elas só vivem 1 dia?
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