Em cada 1.º dia de cada ano, mesmo conscientemente sabendo que nada muda de um dia para o outro, há sempre aquele reset que se faz.
O virar de página, os planos e promessas.
Fazer dieta ou exercicio fisico estão no TOP 10... lol! quem é que num dia se enche de bolo Rei e no dia seguinte começa uma dieta? E quem no seu juízo perfeito vai fazer exercicio quando esteve a dançar até de madrugada? Utopia pura!
Todos sabemos que no 1.º dia do ano dormimos até tarde, passamos o dia de pijama e comemos os restos do dia anterior (do ano passado, portanto!).
Ou seja começamos o ano logo a mentir, não há hipótese...
2020 não foi diferente. Este ano que todos chamaram de atípico, acabou como os outros todos e o ano novo começou porque tinha que começar...
Há 100 anos a esperança renascia após uma guerra atroz. Deu-se uma maior liberdade à cultura e aos costumes. Houve lugar para as artes e para a loucura. Muito aconteceu por Portugal e pelo resto do mundo. Foram os verdadeiros anos loucos que ficaram para a história.
100 anos depois, o mundo acordou numa outra loucura, esta pandemia COVID-19... e neste momento temos uma única certeza: o mundo nunca mais será o mesmo em nada: alteraram-se os hábitos, os valores, a forma como consumimos, como nos relacionamos uns com os outros... confesso que não me consigo habituar a esta desconfiança, o medo dos abraços... odeio isso. Estão a perder-se os afetos, as crianças estão a perder a infância, os jovens estão a perder a adolescência e todos perdemos a nossa liberdade.
Estaremos a perder os nossos anos loucos, ou não?! Será esta a loucura dos tempos modernos?
Uma coisa é certa: o que se perde no fogo, encontra-se nas cinzas. E daqui por 100 anos alguém vai estar a falar destes loucos anos 20.
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