Quem nunca se sentiu atingido por alguém, de modo a ficar triste por algum tempo?
Mas em determinados momentos, também nós, por qualquer motivo podemos ser a razão da mágoa de alguém.
Querendo ou não podemos ser as vitimas ou os causadores das feridas. E nem temos noção disso. Saber pedir desculpa é tão importante como saber desculpar. Desde que haja honestidade e genuína vontade de esclarecer mal entendidos.
Não há receitas perfeitas. Nem livro de instruções.
Às vezes sou de rir.
Às vezes sou de chorar.
Às vezes sou de ficar triste.
Às vezes sou de ficar incrédula.
Nisto do sentir, sou como um carro sem travões (péssima caracteristica da minha personalidade).
Há uns dias, num almoço de familia em casa dos meus sogros, a minha sobrinha mais nova ficou muito espantada por eu não ter chorado quando já não havia o gelado que eu queria.
“Porque é que não estás a chorar, se não tens gelado?” — foi a pergunta da minha querida Sofia.
Que vontade de rir que me deu, pela sua inocência.
Naquele instante eu fui a sua heroína.
Li num livro algo deste género:
“ Os que são fortes, só o são porque têm a infelicidade de suportar uma maior quantidade de dor sem desfalecer. O nosso limiar de dor é mais alto. Mas isso não quer dizer que as coisas nos magoem menos. O nosso sofrimento não se nota tanto como nos outros”, mas está lá! (acrescento eu.).
Quem me dera que todas as lágrimas do mundo, fossem por se terem acabado os gelados.
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